quinta-feira, 11 de abril de 2013

Entre a porta e o segundo andar

O que dizer, quando as palavras não cabem mais nem na ponta do sofá que um dia foi seu?
O que sentir, quando a saudade de tempos idos não alimenta mais o sonho de dias melhores?
O que pensar, quando o cômodo virou um refúgio para os riscos da vida?
E a cômoda serve agora só como depósito de livros, que, sozinhos, não vivem o hoje nem fazem o amanhã.
O que fazer? Estar à deriva, à beira do que seria, sem eira nem mar...
O relógio da sala parou, sem pilha, espera agora o tempo passar sem ver que horas são...
Já é hora? E quando será? Hora de quê? Do ponteiro andar?