terça-feira, 12 de abril de 2011

Conversas e lutas com Deus (Paulo Coelho) - Comentário


É impressionante como ainda nos dias de hoje tem-se contendas acerca do conteúdo dos textos bíblicos. Ainda hoje muitos não consideram-na como um livro histórico aberto e convidativo a inúmeras interpretações de um dos registros mais ricos da humanidade. E o mais interessante é que a maioria dos que "brigam" pela Bíblia, brigam como se o conteúdo, a interpretação única correta e sem sombra de dúvidas fosse "a sua", assim como o Deus, sem sombra de dúvidas, é também só "seu" e de mais ninguém (considerando-os todos impuros e pecadores e distorcedores da palavra de Deus). Se Deus quisesse ter evitado que se discutisse sua palavra, que cada qual tivesse a liberdade e a curiosidade de interpretar seus ensinamentos Ele deveria ter escrito em linguagem referencial, sem usar palavras que admitissem interpretações conotativas. Melhor era ele ter escrito mediante fórmulas matemáticas, desta forma, evitando contradições. Não, Ele escolheu escrever em Parábolas, usando uma linguagem por vezes até poética, usando e abusando das conotações. Vá entender os desígnios divinos.


Blog do Paulo Coelho no G1

Vez por outra leio essa coluna e observo os comentários postados com muita curiosidade em saber o que o colega escritor pensa disso tudo, se se dá ao trabalho de pensar, de ler esses comentários ou se já está deveras cansado para tanto. Talvez leia para divertir-se, de uma maneira meio que às avessas porque até o mais calejado filósofo, deve, penso eu, em algum momento perguntar-se para onde vão as palavras, os pensamentos que brotam de si, com tanto esforço, fruto de tanto ser.