Mais longe (hoje mais perto) de onde nunca fui ou estive
Apenas sonhei, e como sonhei... ainda sonho (mesmo que às escuras)
É passado mas me define, enche minha mente de risos e meu olhos de lágrimas
It's just a burden in my hand... It's just a tumor in my head...
I shot my love today, would you cry for me?
O que dizer, quando as palavras não cabem mais nem na ponta do sofá que um dia foi seu?
O que sentir, quando a saudade de tempos idos não alimenta mais o sonho de dias melhores?
O que pensar, quando o cômodo virou um refúgio para os riscos da vida?
E a cômoda serve agora só como depósito de livros, que, sozinhos, não vivem o hoje nem fazem o amanhã.
O que fazer? Estar à deriva, à beira do que seria, sem eira nem mar...
O relógio da sala parou, sem pilha, espera agora o tempo passar sem ver que horas são...
Já é hora? E quando será? Hora de quê? Do ponteiro andar?
Não vejo cores
Não sinto os aromas da manhã
Não escuto o piar alegre dos pássaros
Nada se move em um não-lugar
Se é impossível existir enquanto tal, então por que em mim?
Por que não sigo as regras como outra qualquer?
Por que em meu ser haveria de habitar algo inexistente em todo o universo?
O nada.
É devastadoramente corrosivo e aglutinador
Não se satisfaz com pouco, sempre avança, sempre quer mais...
Invade passo a passo todo o pensamento e, de repente, nada
Nada
Nada
Nada
Nada, nada, e, finalmente, nada.
Portanto, hoje eu sou nada.
A música ontem perdeu um importante ícone do soul atual: AMy WineHouse! Cantora, compositora, letrista, faleceu por motivos ainda indeterminados, embora todos apostam em overdose devido ao histórico complicado da moça. Polêmica, gênio da música, muitos foram os adjetivos direcionados a ela, mas o certo é que ninguém pode negar seu talento: "Mesmo "barrada" pelo visto, a cantora britânica Amy Winehouse, 24, se tornou a grande vencedora da 50º edição do Grammy, com cinco prêmios." - diz a Folha Online. O dia 23 de julho de 2011 encerra uma carreira que, segundo os fãs, ainda tinha muito a oferecer, e, segundo os críticos, já estava marcada para acabar e, ainda, segundo comentários cruéis (para dizer o mínimo) já havia durado mais do que o previsto. Minha opinião particular é que o mundo da música perde uma grande representante, uma artista genuína, que soube transportar os seus problemas, insatisfações, anseios, para o campo da ARTE, com muito talento, com uma genialidade irreverente e original. Admitamos, todos nós temos problemas, uns mais, outros menos, uns sabem lidar melhor, outros precisam de ajuda, outros precisam de MUITA ajuda, mas certamente ninguém quer, deliberadamente, se fazer mal, se prejudicar, a ponto de acabar com sua própria existência. É uma pena... uma pena que muitos não consigam ver a grandiosidade desta artista por detrás de suas próprias barreiras de preconceito e intolerância e ignorância mesmo, falta de sensibilidade, o que quer que seja que faz alguém tripudiar diante da morte de outra pessoa, ainda mais uma pessoa que inspirou tantas outras com sua música e sua voz. E uma pena ainda maior saber, ou desconfiar, que a própria Amy não sabia exatamente do tamanho do seu valor e o tanto que contribuiu e que ainda podia contribuir com seus dons, sua luz. Fica aqui o meu relato mais que sincero e meus sentimentos por esta grande perda da música.
Segue um vídeo que fiz ontem, maquiagem inspirada na AMY, espero que gostem! Bjs e inté!=)
Manhã manhosa, mas com gosto bom de sol
Trago na lembrança o amargor passado
A certeza que tive de ter naufragado
Agora vislumbro o horizonte na ponta do meu anzol
É esperar e não esmorecer
Se não entendo o que escreve o lápis
Acredito deva ser tudo que sempre quis
E sigo, sem desalento, até com muito prazer
Tiro as nuvens, nem que seja da pintura
Se São Pedro assim não permite no real
Aqui no meu cavalete ideal
Creio serem minhas, a tela e a moldura
E tudo mais que traga luz e cura
A esta complicada e bela criatura
Olhando meus rascunhos, resolvi postar essa singela poesia feita em maio de 2011, mas que cai muito bem no dia de hoje.
Em busca de cura, fé no que virá! Avante!
Luz!
É impressionante como ainda nos dias de hoje tem-se contendas acerca do conteúdo dos textos bíblicos. Ainda hoje muitos não consideram-na como um livro histórico aberto e convidativo a inúmeras interpretações de um dos registros mais ricos da humanidade. E o mais interessante é que a maioria dos que "brigam" pela Bíblia, brigam como se o conteúdo, a interpretação única correta e sem sombra de dúvidas fosse "a sua", assim como o Deus, sem sombra de dúvidas, é também só "seu" e de mais ninguém (considerando-os todos impuros e pecadores e distorcedores da palavra de Deus). Se Deus quisesse ter evitado que se discutisse sua palavra, que cada qual tivesse a liberdade e a curiosidade de interpretar seus ensinamentos Ele deveria ter escrito em linguagem referencial, sem usar palavras que admitissem interpretações conotativas. Melhor era ele ter escrito mediante fórmulas matemáticas, desta forma, evitando contradições. Não, Ele escolheu escrever em Parábolas, usando uma linguagem por vezes até poética, usando e abusando das conotações. Vá entender os desígnios divinos.
Vez por outra leio essa coluna e observo os comentários postados com muita curiosidade em saber o que o colega escritor pensa disso tudo, se se dá ao trabalho de pensar, de ler esses comentários ou se já está deveras cansado para tanto. Talvez leia para divertir-se, de uma maneira meio que às avessas porque até o mais calejado filósofo, deve, penso eu, em algum momento perguntar-se para onde vão as palavras, os pensamentos que brotam de si, com tanto esforço, fruto de tanto ser.
É surpreendente como a gente sempre consegue se surpreender com alguém...(0__0).eventualmente. Isso tem acontecido comigo nesses últimos dias até com uma certa frequência (ficou horrorosa essa palavra sem o trema...raios de mudança ortográfica). Acho bom que isso ocorra mesmo, sinal de que mudanças ocorrem a todo tempo, ao nosso lado, ali depois da esquina, do outro lado do planeta, e, muito esperançosamente, em nós mesmos, o que sempre parece e é mais difícil, memo que totalmente factível. O ser humano está sempre tentando se definir, encontrar respostas, sempre com o desejo de que estas sejam corretas e eternas. O que não nos ocorre é que estas respostas que dizem ou tentam dizer quem somos, do que gostamos, como nos comportamos, enfim, o que é esse SER humano, estão em constante mudança. Tudo é um processo, uma evolução (por evolução não tento dizer que seja sempre para melhor, apenas novo, diferente), em que os dados hora vislumbrados não serão os mesmos dentro de algum espaço de tempo. Tempo. Abstrato, mas concretamente notado por todos nós. Tempo de crescer, de amadurecer, tudo em seu tempo, até que se acabe o tempo. Isso é o que menos desejamos - que se acabe o tempo - aliás se houvesse uma magia de eternidade/ imortalidade, aposto que a maioria iria querer num piscar de olhos, eu estaria entre os primeiros na fila. Talvez por isso minha fascinação por vampiros, afinal estes seres fantasiosos dominam o tempo e o espaço tão bem, mesmo que a um custo tão alto (viajei legal, agora, ó). Falando em custo, este parece ser o cerne desta celeuma, pois que muitos não estão dispostos a pagar o preço da mudança, do amadurecimento... deixar de ter tanta liberdade e possibilidades, deixar de pensar tanto no seu próprio umbigo e começar a refletir pelos outros, para os outros. ESsse outro que nos incomoda, com o simples fato de sua existência, mas que define a nossa própria enquanto seres humanos em sociedade. Feliz Dia Mundial da Água pra todos nós! Água é Vida!
